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Conhecendo e Participando da Casa Espírita: Responsabilidade e Caridade

Marco Milani

Há diversas formas de se praticar a caridade em uma casa espírita e algumas das mais importantes são o acompanhamento e a participação voluntária nas atividades administrativas da instituição. Sem colaboradores comprometidos com a boa gestão do centro espírita, os seus trabalhos ficam prejudicados e a casa pode deixar de funcionar. Sinteticamente, o centro espírita não existe sem equipes administrativas e pessoas engajadas em acompanhar a qualidade e o funcionamento das atividades.

Dependendo da complexidade da instituição, é esperada a existência de diferentes postos e funções de trabalho devidamente coordenados e regidos por normas e regulamentos internos e externos. Conforme as características jurídicas do centro espírita, o estatuto prevê a existência de órgãos administrativos hierarquicamente definidos. Em geral, o órgão máximo de uma instituição é a assembleia de associados, a qual se reúne poucas vezes por ano, ordinária e extraordinariamente, para discutir e aprovar assuntos estratégicos e operacionais relevantes. Essa assembleia, por exemplo, tem poder para alterar o estatuto e a missão da casa.

Na hierarquia de poderes, muitas instituições contam com o conselho de administração (ou deliberativo, consultivo, cooperativo, dentre outras denominações). É o estatuto que determina as funções e responsabilidade desse órgão e ele costuma ser, depois da assembleia de associados, o mais relevante na hierarquia de poderes. Os seus membros são eleitos por um período definido e são os responsáveis pela discussão e aprovação de diversos assuntos estratégicos. Dentre outras responsabilidades, o conselho acompanha e fiscaliza o trabalho da diretoria executiva, que é outro órgão administrativo da instituição. O conselho tem poderes para eleger e destituir todos os membros da diretoria executiva (presidente e demais diretores).

É o estatuto que define a estrutura e as responsabilidades da diretoria executiva, a qual se encarrega das funções operacionais da casa e deve prestar contas aos demais órgãos.

Assim, as figuras mais importantes de um centro espírita são os seus voluntários, com destaque àqueles que participam dos órgãos administrativos com a responsabilidade de zelar e fazer cumprir a missão e os objetivos institucionais.

Normalmente, para se atuar em algum órgão da administração o colaborador já deve atuar regularmente em outras atividades da casa, portanto, é uma tarefa que será conciliada com as demais já existentes. Além de sólida base doutrinária, é recomendável que esses trabalhadores possuam experiência relacionadas à atividade gerencial e possuam conhecimentos técnicos relacionados. A ética e o bom senso são mais que desejados.

Espera-se que todo voluntário contribua com o fortalecimento e o bom andamento da instituição espírita que lhe oferece oportunidades de desenvolvimento pessoal e, portanto, a associação é uma maneira efetiva de agir nesse sentido. Como associado o voluntário tem responsabilidades e direitos na instituição.

Felizmente, a maioria dos voluntários compreende a importância da participação ativa no quadro associativo e contribui diretamente com a casa, mas lamentavelmente, alguns ainda se servem de frases do tipo “não quero saber de política” ou “só venho fazer o meu trabalhinho e saio sem saber de nada” ou, ainda, “eu trabalho para Jesus e não para a casa” a fim de justificarem a não-associação ou a falta de interesse em acompanhar as necessidades administrativas do centro espírita. Cada um pratica a caridade do jeito que pode e sabe.

Aos trabalhadores preocupados com a boa gestão da instituição em que participam, fica o convite para se associarem, conhecerem e acompanharem como a casa é administrada e, dentro do possível, participar de algum órgão administrativo. Apesar dos naturais contratempos existentes em qualquer relacionamento humano, é uma oportunidade valiosa para o autoaprimoramento e um ato de caridade e respeito ao próximo.

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